sábado, 25 de fevereiro de 2012

ESPÉRANCE

              

Enterrée dans les tunnels d’un lopin désertique
Réveillée par les salves d’un loin maléfique
Tu passes tes journées dans ton monde menacé
Mais de tes douleurs tu ne pleures pas assez

Pour faire monter au ciel cette prière ardente
Pour faire pitié aux pauvres succombés
La remontée de cette impasse se fait très lente
Parce que l’on survit parmi les retombées

Enfermée dans un coin de terre misérable
Qui paraît avoir changé dans une situation stable
Tu rases tout le temps les parois formées de balles
Tirées autour de toi à plusieurs intervalles

Le sable se mouvant depuis l’éternité
Dont les graines représentent le nombre de l’humanité
Il recueille en reprenant dans son giron ensanglanté
Ses enfants qui dans l’infâme tuerie ont été épouvantés

Ainsi toi, mère d’humains qui ne sont pas encore nées
Tu leur en imprègneras en y posant pieusement tes pieds

                                                           Poietolapis


Minha tentativa de tradução deste belíssimo poema que exprime  o sofrimento e a esperança de um povo.


ESPERANÇA

Enterrada em túneis de um pedaço de deserto
Despertada por distantes explosões maléficas
Passas teus dias em um mundo ameaçado
Mas não chorarás bastante a tua dor
Para levantar esta fervorosa oração ao céu
Para te compadecer dos obres que sucumbiram
O êxito desse impasse é muito lento
Pois sobrevives entre os destroços

Presa em um mísero pedaço de terra
Aparentemente com uma situação instável
Andas sempre entre muros construídos por balas
Atiradas ao teu redor de tempos em tempos

A areia se movendo por toda a eternidade
Cujos grãos são o número da humanidade
E recolhe em seus quadris, retomando-os sangrentos
Seus filhos aterrorizados, deste infame massacre

E tu, mãe dos filhos que ainda não nasceram
Incalcas ali pisando piedosamente

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

MOTE de Terezita Marques: Sinto saudades do tempo Quando o tempo dava tempo

Acordo sem perder tempo
fazendo o que me compete
Quando penso que fiz tudo
Olho ainda tem um cento
Sinto saudades do tempo
Quando o tempo dava tempo

Corro ligeiro pra fazer a tempo
As tarefas que o chefe ordenou
Mal começo, ele já me perguntou
Como é? Isso aí já acabou?
Ô coisa que eu não agüento
Sinto saudades do tempo
Quando o tempo dava tempo

Morro mas não entendo
A engrenagem da vida
Tento mas não consigo
Fazer as coisas a tempo
Sinto saudades do tempo
Quando o tempo dava tempo
                         Vera Leite

UMA NOVA AURORA VIRÁ

Se externar pudessem
A dor que desola essa multidão
Sonhos roubados, lágrimas, destruição
E mesmo que tudo diga não
E todas as coisas sejam contrárias
Ao fruto majestoso do coração
Mesmo que sopre o vento contra o cais
Não desistireis jamais!
Tua resistência ilumina
Como o sol, os primeiros raios
Sobre a Palestina
E renova-se a cada manhã a esperança
No brilho dos olhos das crianças
E assim como a madrugada
Traz a fresca bruma
Repousarás em paz
Como repousa na areia a branca espuma
Pois de ti fugirá a opressão
Como foge o servo do leão.
     Vera Leite